Aventure-se comigo...

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

COISAS QUE PERDEMOS PELO CAMINHO

Os índios têm uma crença, de que tirar fotos de uma pessoa rouba-lhe um pedaço de sua alma. É interessante analisar sob o aspecto de energia, a imagem da foto nada mais é do que a luz emitida por aquela pessoa captada pelas lentes da máquina. Mas acho mais plausível acreditar que as fotos possam tirar a inteligência das pessoas fotografadas constantemente, haja vista a duvidável intelectualidade das modelos.

Mas essa análise de "perder a alma" é algo que venho pensando ultimamente, depois de tantas mudanças, constantes, profundas, que ocorreram na minha vida nos últimos 5 anos. Sinto como se cada decepção, cada  porrada que levei (e foram muitas, creiam...) levasse um pedacinho de mim. E agora quase não resta nada da antiga "Cristine". 
SIm, muitos dirão que todos nós mudamos, nos reinventamos com o tempo, mas no meu caso, é quase como uma morte. A morte dos outros em vida e a minha própria. Aquelas pessoas que conheci não existem mais e foram substituídas por outras com o mesmo corpo, a mesma voz, mas não a mesma alma que eu acreditava  habitá-las. E eu, tampouco, sobrevivi. Acho que não sobrou nada do que eu era.


A melhor analogia que posso fazer, remonta ao filme SpiderMan 3 -O Homem- Aranha.
Quero deixar  registrado que odeio esse tipo de filme,  apenas acompanhava meu ex-marido ao cinema sob protesto. E mais, acho o Spiderman uma biba mal resolvida e um bossal.
Mas nesse filme em especial, uma cena ficou gravada, a do homem-areia que se desfazia a cada golpe da biba...ops, homem aranha... até virar nada, um monte de areia sem forma. A matéria estava lá, mas não existia mais forma.
Eu sinto um pouco isso... as coisas que fui perdendo pelo caminho foram como pedaços de areia, que iam se dissipando, dissolvendo, e quando me dei conta, já não havia a mesma forma. 

A vantagem é que a areia está aí, para ser remodelada, para receber nova forma, mas aquela antiga está perdida para sempre. Um pedaço da alma se foi...
Com isso, perdi coisas pelo caminho, perdi sonhos, perdi a fé nas pessoas, a ingenuidade ( é bom ser ingênua, mas o preço é alto!).
Perdi amigos, família, mas teve um importante ganho: ganhei a mim mesma. Com tudo isso, aprendi a contar comigo mesma e a ser a única responsável pela minha felicidade (e infelicidade também).

Bom, já que a areia está aí pra ser remodelada, bem que eu podia dar uma economizada  na  areia e ficar mais magrinha, quem sabe dar uma arrebitadinha do nariz, aumentar o tamanho do pé (maior sacrifício achar sapato tamanho 33!). Aproveitar também pra dar uma alisada no molde do rosto, esconder as ruguinhas,  deixar meus lábios carnudos à la Angeline Jolie. Enfim, podia dar uma recalchutada geral...rsrs 
Vai sonhando, vai sonhando... Não posso reclamar ainda, acho que ainda dou um caldo... hehehehe

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

UMA NOITE NO MOTEL...


Tudo o que eu queria era passar uma noite  no conforto de um ar condicionado e tentar dormir.  Já fazia 3 noites que eu estava sem dormir por causa do calor insuportável em São Paulo. Isso aliado às preocupações com meu trabalho formava o coquetel perfeito para minha insônia.

Meu namorado chegou de viagem na segunda de carnaval e veio a idéia: por que não passar a noite em um desses motéis que dão direito à pernoite,  escolher uma suíte com ar condicionado, um solarium e uma hidro, para poder tomar sol e me refrescar no dia seguinte pela manhã? Escolha feita, analisando custo/benefício, fomos a um tradicional motel de São Paulo. A suíte duplex, com solarium e hidro gigante no andar superior, um potente ar condicionado, uma TV LCD gigante com todos os canais a cabo, e ainda de quebra... wi-fi (viciado em internet é fróids... leva o notebook até no motel...).

Tudo começou bem, logo ao chegarmos ligamos o ar condicionado... ahhh que delícia. Depois enchemos a hidro gigante com água fria (quem não tem praia nem piscina, se satisfaz com uma hidro, né?). Depois de nos refrescarmos na água geladinha, pedimos o jantar. 

Não resisto em fazer um adendo aqui: os motéis de São Paulo possuem um compartimento próximo à porta, onde a refeição é colocada. Pelo lado de dentro do quarto parece um mini armário,  com uma portinha para dentro do quarto e outra para fora. Meu namorado, carioca desavisado, colocou sua roupa ali, imaginando trata-se de  um  mini guarda-roupa (e bota mini nisso,rssrs). 

Imagine a camareira ao abrir a portinha para colocar o jantar deparar-se com cueca, calça, meia... no compartimento da comida. Deve ter sido uma ginástica para a coitada acomodar a refeição no meio das roupas. 

No entanto, o que prometia ser uma noite gloriosa começou a desandar quando, ao pedirmos o jantar, na primeira mordida, quebra-se o dente do meu namorado e ele quase se engasga com o dito cujo. Ainda sentados à mesa, jantando, notamos que o ar condicionado estava congelando o ambiente. Tentamos diminuir a potência ou aumentar a temperatura, mas em vão. A recepcionista informou que não era possível ajustá-lo (um modelo moderníssimo split hiwall, capaz de refrigerar um auditório com 50 pessoas, tamanha a sua potência.
Desavisados, havíamos apenas colocado na mochila pijaminhas bem leves para passar a noite. A única opção para não morrermos de hipotermia era ligar e desligar o ar de tempos em tempos. E assim foi a noite toda: ora congelando, ora suando em bicas.
Veja lá se tem clima pra namorar numa situação dessas! Dente quebrado, ar condicionado infernal, e ainda, para colaborar... o wi-fi e tampouco a TV a cabo funcionavam.

Meu namorado entregou-se aos braços de Morfeu, e eu fiquei lendo até alta madrugada, mais uma vez sem sono.
E mais uma noite em claro... Ligando e desligando o bendito ar!
Pela manhã, senti saudades do meu ventiladorzinho...