
Aí vem a dúvida: como vim parar aqui? O que deu tão errado para que eu viesse parar nessa sanice que é minha vida hoje?
Mas olhando aqueles olhos cansados do meu velho amigo, que aparentavam bem mais do que seus 40 e poucos anos, percebi que o comodismo e a rotina também cobram um preço. O preço da segurança é a perda do brilho, da graça, do "je ne sais quoi", como dizem os franceses.
Se eu tivesse que viver minha vida novamente, eu ainda escolheria ser inquieta e arriscar o certo pelo sonho. Eu, definitivamente, não me acomodaria em um emprego monótono, em um casamento monótono, por medo ou falta de opção. Exatamente como foram as minhas escolhas até hoje. Mas, se eu pudesse voltar no tempo, eu só gostaria de aprender a ser TOLERANTE. Eu perdi amores, amigos, oportunidades, por ser radical em alguns momentos. Aquele namorado que não agiu da maneira como eu esperava ... eu teria mais paciência e compreensão, respeito pela maneira dele ser e pensar, ainda que diferente da minha.

O grande erro da minha vida foi não ter respirado fundo e contado até 10, em situações de conflito. Nessas sitiações, eu sempre empunhei a espada e me protegi com um escudo, e não dei uma segunda chance a pessoas que eu amava.
Mas aprendemos com os erros, não é mesmo? Se um dia eles serão remediáveis, só o tempo dirá...