Aventure-se comigo...

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domingo, 28 de março de 2010

MELHOR DO QUE PROZAC

Algumas pessoas que acompanham meu blog sabem os problemas pessoais pelos quais eu tenho passado. Uma forma resumida de expor minha vida: passou um tornado, arrancou as bases, voou tudo pelos ares. Mas este não será um post baixo astral, prometo... 
Muito embora as coisas mais absurdas e bizzarras tenham acontecido essa semana, a tal ponto que uma amiga se ofereceu para levar o Padre Quevedo para fazer xixi no meu banheiro (essa é nova pra mim, será que resolve? rsrs).

Aliás, já recebi todo tipo de proposta: de me levarem ao culto da Igreja Universal (nada contra, mas não levo o menor jeito para ser evangélica), chamar um pai de santo para defumar minha loja, minha casa e se possível, euzinha também! Pode defumar dos pés à cabeça, mandar tomar banho de erva, eu tô quase topando ingressar  na filosofia messiânica para receber o "Jorey" - não sei bem o que é, mas mal não deve fazer!
Sabe o que é fundo do poço, aquela tristeza aguda?  Acho que todos já sentiram... E essa fase começou há uns 7 meses, e foi piorando. 

Estranhamente, existe dentro de mim uma pessoa que, passada a fase crítica de uma crise, consegue rir da própria desgraça.
Hoje, duas amigas vieram a minha casa, nós três deprimidas, cada uma com suas razões. Uma por vez foi contado suas mazelas, até que percebemos o absurdo do que estava acontecendo a cada uma de nós. Nossa conversa mais parecia um folhetim mexicano! No more tears!!! 

Chegamos à conclusão que deveríamos fazer algo totalmente inusitado. para mudar nosso estado de espírito. Após muitas idéias malucas, chegamos à decisão final: fazer uma reunião só para mulheres, no meu apartamento, e contratar um striper. Nada de sexo, no máximo uma mordidinha no bumbum...(dele, claro). E dar muita risada...

Eis que minha amiga Mariza se lembra de um fato "histórico" ocorrido no bairro onde nascemos e vivemos a maior parte das nossas vidas. 
"Uma senhorinha, sempre muito discreta e tímida ficou viúva. Ela nunca saia de casa, morava na rua mais movimentada do bairro e, nas poucas vezes que saía de carro, era um acontecimento: ela sempre batia na árvore que ficava na calçada.

Numa certa noite, ela saiu sozinha, voltou pouco depois e, como sempre, fez inúmeras barbeiragens para entrar na garagem. O segurança da rua, observando ali perto, notou duas cabecinhas abaixadas no banco traseiro e logo pensou: sequestro!! A senhorinha viúva estava sendo feita refém por duas pessoas abaixadas no banco de trás!
Ela conseguiu finalmente estacionar, entrou com dois homens na casa e o segurança ligou para a polícia. Em poucos minutos a polícia chegou, tocou a campainha e não houve resposta. Invadiram a casa... e flagraram a senhorinha apreciando dois jovens semi-nús, dançando em sua sala. A infeliz jurou até o fim que eram seus sobrinhos..."   

Ri tanto que quase fiz xixi nas calças. De repente, a tristeza que me acompanhava há dias, passou. Como era bom estar com minhas amigas! Eu havia esquecido do quanto um amigo faz diferença na nossa vida. ALiás, um amigo na hora certa pode fazer toda a diferença. Amizade é, sem dúvida, a mais deliciosa forma de amor... e é muito melhor que Prozac.


 

segunda-feira, 22 de março de 2010

ENCONTROS E GAFES

Estava conversando com uma amiga no msn (não posso revelar o nome sob pena de ser "assassinada"), ela reclamando que não consegue arrumar um namorado/ amante/ ficante/ PA ou algo do gênero, que a faça esquecer o ex- namorado.

Sugeri que ela fizesse uma viagem, assim conheceria pessoas diferentes, novos ares, já que ela está desempregada e tem uma reserva de dinheiro que lhe permite certas extravagâncias. Ela explicou que, no seu caso, arrumar namorado em viagem era a maior roubada.

Eis que surge a história  que vou lhes contar:
Estava ela em Florianópolis há uns dois anos atras, feliz da vida, após passar um fim -de -semana de sol e praia. Na ultima noite naquela bela ilha, foi a um luau. Depois da terceira tequila, começou a se soltar e  conheceu um rapaz mais jovem, sarado, bronzeado, divertidíssimo.  Na quinta tequila ela já nem prestava atenção  no que ele falava. Eles apenas riam de tudo, o mundo passou a ser  mais divertido e leve .

Enfim, minha amiga enamorou-se pelo rapaz sob o luar  de Florianópolis. Trocaram  e-mail, msn, celular, essas coisas todas de tempos modernos.
De volta a São Paulo, falaram-se pelo msn, pelo celular, ela soube mais detalhes da vida dele - ele trabalhava numa empresa de eventos em São Paulo, emprego modesto e não tinha carro.
Ela, uma mulher sofisticada, curso superior, desempregada por opção.  Bonita, acima da média. O seu maior defeito foi sempre procurar sarna pra se coçar. Ela tem o talento, até hoje, de só arrumar pessoas complicadas nas sua vida, desde familiares, amigos e, em especial, namorados.

Aquela noite mágica que passaram juntos em Floripa teve o poder de esvanecer qualquer inconveniente da realidade do rapaz.
Marcaram de se encontrar num domingo à noite (ele trabalhava aos sábados). Ela vai buscá-lo no metrô com seu carro. Estaciona e vai à pé até as escadarias onde marcaram de se encontrar.
Ao se aproximar do local, logo viu um sujeito sujo e suado, usando uniforme de futebol, com boné na cabeça, sorrindo em sua direção. Ela congelou. Não sabia se gritava ou saia correndo quando notou que, além de sujo, ele não tinha os dentes da frente. Era ele!!!

Vejam bem os perigos que o excesso de alcool. oferece! Muito mais perigoso do que dirigir embriagado é enamorar-se sob o efeito do álcool. Ele vinha ao seu encontro abrindo os braços e ela, rapidamente, inventou uma escapatória dizendo:
- Moço, você deve estar me confundindo com alguém.  
Desceu as escadarias, pegou o primeiro trem do metrô, e voltou de taxi para buscar o carro.

Eu já passei por algumas situações embaraçosas em primeiros encontros com amigos virtuais, alguns não agradaram, outros foram uma grata surpresa (a minoria, of course). Mas todos tinham dentes na boca! Ufaaa  



segunda-feira, 15 de março de 2010

TROCA OU NÃO TROCA?

Vocês devem se lembrar dos programas do Silvio Santos que, confesso, não assisto há mais de 10 anos. Mas não há uma só pessoa neste país que um dia não tenha assistido a um programa desse apresentador de gosto duvidoso e talento inegável (manter um programa no ar por mais de 30 anos não é para qualquer um).


Pois então, dias desses estava eu  a pensar, do nada, naqueles programas de auditório onde o participante ficava numa cabine com isolamento acústico, sem poder ver o auditório. E aí o participante tinha de escolher entre várias opções de prêmios, sem poder enxergar-los. O apresentador mostrava o objeto, que podia ser desde um carro até  um liquidificador e perguntava ao participante se ele escolhia aquela opção. A pessoa na cabine, sem poder ver, tinha que dizer sim ou não. Uma vez feita a escolha (muitas vezes prêmios excelentes), o apresentador ficava oferecendo para ele trocar por outa coisa.
Diversas vezes acontecia do participante que havia escolhido "no escuro" um carro zero quilômetro, acabar trocando-o por um simples radinho de pilha, enquanto o auditório enlouquecia, gritando em vão para que o participante não fizesse a troca. Todos estavam vendo que era uma péssima opção, menos o coitado do participante...


Pois bem, pergunto, será que algumas vezes as escolhas que fazemos na vida não se assemelham a esse programa? Somos o convidado, o participante... e a vida fica oferecendo opções a nossa frente: fazemos escolhas "cegas" baseadas nas condições do momento, nas nossas necessidades e medos. Poucas vezes são escolhas inteligente. E, uma vez feita a escolha, sempre aparecem opções no caminho para mudarmos de rumo. E aí...devemos fazer a troca? Trocar de marido?  De emprego? De cidade? De faculdade?

No meu caso, já fiz trocas desastrosas.
Recentemente, percebi a escolha desastrosa que fiz no tocante ao quesito "marido". Descobri um lado sobrio, assustador e maquiavélico do meu ex-marido, a quem eu considerava meu nelhor amigo, mesmo depois da separação.
Notei que várias pessoas "da platéia" conseguiam enxergar que ele era um mero radinho de pilha e não um prêmio que valesse à pena. Fico imaginando - e até acho graça em pensar - a cara de desapontamento e espanto que certas pessoas devem ter feito quando souberam da minha opção de me casar com ele. 

Outro dia, tive uma audiência com um casal de clientes, ambos na casa dos setenta anos. Eles vieram comentar estupefatos, que viram meu ex-marido no supermercado, com um minúsculo shortinho de corrida e camiseta regata. Ou seja, praticamente nú na concepção deles! Nada condizente a  um homem de quarenta e sete anos, segundo disseram. Ficaram satisfeitos ao saberem que eu havia me separado:
- Ele não é homem pra você, minha filha...

Meu ex-marido não é gay, apesar de depilar o peito, usar esses micro-shorts quando corre no parque e adorar roupas justas. Esse comportamento é meramente narcisista, seria uma ofensa aos gays compará-lo como tal. Tantas pessoas da platéia assistiram horas e horas, dias e anos do seu narcisismo explícito e eu estava o tempo todo na cabine, surda  e cega.

Por  isso, agora minhas escolhas serão feitas de olhos bem abertos, com direito à devolução. Não só no que diz respeito aos relacionamentos amorosos, mas também nos relacionamentos profissionais, nas amizades, até mesmo nos relacionamentos familiares. Cansei de ser explorada pelas pessoas - creiam, eu já fui e muito.
Como diz minha fiel escudeira: " Coração dos outros é terra que ninguém anda".

Possivelmente,  nunca mais irei acreditar completamente nas pessoas , acho que essa opção já se rompeu dentro de mim. E, de todo o patrimônio que meu ex-marido me roubou, o  pior foi  justamente ele ter me roubado a fé inabalável nas pessoas e a crença de que TODO ser humano, no fundo é bom.

Pense nas suas escolhas... você se sente no programa de auditório? Estou torcendo na platéia para que suas escolhas sejam sábias.