Aventure-se comigo...

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quarta-feira, 17 de maio de 2017

Cadê a tal da felicidade?

A vida não está fácil pra ninguém, isso é fato. Foi-se o tempo em que os empregos sobravam e o dinheiro no final do mês, também... Dava até para planejar uma viagenzinha para Maceió no final do ano ou, mais modestamente, um final de semana em um hotel fazenda com o crush.

Agora nossos planos dependem da realização de sonhos: ver essa Lava Jato chegar ao fim e prender todos os corruptos, zerar nosso sistema político e começar do zero. Aí, quem sabe dá certo.

Enquanto isso, as contas vão se acumulando e o dinheiro está cada vez mais curto.Parece cobertor de pobre, quando você cobre um lado descobre o outro.

A isso tudo, some-se a as mazelas do tempo. Afinal, não estamos ficando mais jovens, a cada dia uma nova ruga se forma em algum lugar do seu rosto e, grama a grama, você vai ganhando quilos a mais na outrora esbelta silhueta que você um dia ostentou pelas praias e parques.

Alguns conseguem manter-se esbeltos às custas de muito sacrifício: horas em academia, privando-se de comidas deliciosas e comendo porções minúsculas de proteína, já que carboidratos são o demônio na balança.

Infelizmente, eu faço parte do grupo de pessoas que não é dotado de perseverança heróica para manter-se nos exercícios físicos e dietas de fome.  E some-se a isso a necessidade de uma ajuda química de um antidepressivo pra não mergulhar nas profundezas do pântano da depressão.

Vou contar-lhes um segredo. Eu já fui magra, magérrima. Do tipo que mamãe fazia gemada para eu tomar no café da manhã antes de eu ir trabalhar. Duas coisas comprovadamente me engordaram: casar e tomar antidepressivo.

Dos casamentos (foram dois) eu já me livrei, mas do remedinho está difícil. E se por um lado ele ajudou muito a superar meu transtorno de pânico que me impediu de viajar de avião por mais de 20 anos, entre várias outras dificuldades que eu enfrentava antes do tratamento, por outro, o preço a pagar são os quilos na balança (e o alto preço no caixa da farmácia).

Apesar de estar em paz comigo mesma, sem essas neuras de seguir um  "padrão" do que se supõe que seja necessário para ser feliz, ainda assim, sinto uma profunda falta de sentido na vida em geral.Quisera eu todos os problemas do mundo fossem resumidos a ser magra na balança e gorda na conta bancária.

Acho que estou passando pelo turbilhão da crise da meia-idade, vendo meus pais envelhecerem e adoecerem, as coisas que me davam prazer hoje provocam um leve esboço de sorriso. E aí me pergunto... qual o sentido da vida?

A felicidade não se encontra em uma pílula, ela apenas te ajuda a levantar da cama e ir trabalhar, ser funcional. Será a felicidade é um estado mental que algumas pessoas possuem e outras não? Quando penso: ahh mas se eu viajar mais serei feliz... começo a viajar e descubro que não é isso!
E assim com novos amores, novos trabalhos, novas casas, troca de carro, troca de marido, troca de cidade, de país... Vai morar na praia, muda pra montanha, ganha na loteria... e depois de um tempo tudo volta ao estado anterior de "e agora o que é que eu faço para ser feliz"?