Aventure-se comigo...

Aventure-se comigo...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Se pudesse voltar no tempo...

Outro dia, estava caminhando no shopping, distraída, quando me deparo com um doido careca e barrigudo, acenando freneticamente na minha direção. Eu fiz o que qualquer um faria na minha situação: ohei para os lados e para trás, para saber se era comigo MESMO que aquele estranho ser estava falando. Era.
Trata-se de um colega do colégio, que eu não via há mais de 20 anos.Só depois que ele se identificou é que pude reconhecer vestígios daquele rapaz tímido que estudou comigo no 2º grau. Ele estava casado há 18 anos com a mesma mulher, tinham um casal de filhos. Ele trabalhava na mesma empresa desde sempre, morava na mesma casa, a vida dele parecia ter transcorrido sem grandes sobressaltos. Exatamente o oposto do que aconteceu na minha vida -eu casei duas vezes, não tive filhos, minha família antes conservadora, mostrou-se com o tempo ser um bando de pessoas descompensadas (vulgarmente, desequilibradas), com as quais mantenho um relacionamento  cauteloso, sempre tentando me proteger física e psiquicamente.
Aí vem a dúvida: como vim parar aqui? O que deu tão errado para que eu viesse parar nessa sanice que é minha vida hoje?
Mas olhando aqueles olhos cansados do meu velho amigo, que aparentavam bem mais do que seus 40 e poucos anos, percebi que o comodismo e a rotina também cobram um preço. O preço da segurança é a perda do brilho, da graça, do "je ne sais quoi", como dizem os franceses.
Se eu tivesse que viver minha vida novamente, eu ainda escolheria ser inquieta e arriscar o certo pelo sonho. Eu, definitivamente, não me acomodaria em um emprego monótono, em um casamento monótono, por medo ou falta de opção. Exatamente como foram as minhas escolhas até hoje. Mas, se eu pudesse voltar no tempo, eu só gostaria de aprender a ser TOLERANTE. Eu perdi amores, amigos, oportunidades, por ser radical em alguns momentos. Aquele namorado que não agiu da maneira como eu esperava ... eu teria mais paciência e compreensão, respeito pela maneira dele ser e pensar, ainda que diferente da minha.

O grande erro da minha vida foi não ter respirado fundo e contado até 10, em situações de conflito. Nessas sitiações, eu sempre empunhei a espada e me protegi com um escudo, e não dei uma segunda chance a pessoas que eu amava.


Mas aprendemos com os erros, não é mesmo? Se um dia eles serão remediáveis, só o tempo dirá...