Aventure-se comigo...

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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

MANIPULAÇÃO CANINA

Já disse várias vezes aqui, mas vale repetir, para os leitores de primeira viagem: tenho 3 cachorros. São meus filhos, meus queridos, minha alegria todos os dias, quando chego em casa.
Não sou do tipo "dondoca" que trata os cães como gente, coloca roupinha, faz festa de aniversário, coisas do gênero. E sou bastante enérgica com eles, quando fazem alguma coisa errada.
Por outro lado, sou extremamente carinhosa, cuido muito bem deles, limpo os dentes, comida saudável e água mineral nunca faltaram. 
É um amor que só que tem um cão sabe entender. 
Pois bem, resolvi depois de 5 anos tirar uns dias de férias, uma semana, e não os levei. Deixei um funcionário encarregado de cuidar deles, dormir todas as noites com eles, levá-los para passear. Deixei 7 saquinhos com frango desfiado para misturar na ração, um para cada dia da semana, para que meu funcionário não desse comida a mais nem a menos.
Os danadinhos foram passear todos os dias, dormiram no sofá-cama com meu funcionário, subiaram na cabeça dele durante a noite perturbando seu sono, ganharam ossinhos para brincar, enfim... foram paparicados.

Quando voltei de viagem, esperava uma recepção esfuziante, a exemplo dos dias que retorno para casa do serviço, ao menos!
Qual o quê... mal e mal fui recebida com um desdenhoso abanar de rabos e uma lambidinha  desanimada no rosto. Sem contar a cara de desamparados... de cortar o coração!
Durante dois dias esses danados ignoraram a mim e ao meu namorado -que eles adoram.
Fomos ignorados, desdenhados, eles nos deram uma lição: "VOCÊS NOS DEIXARAM PARA TRÁS AGORA SOFRAM AS CONSEQUÊNCIAS".
Foram dois dias de paparicos extra, deixamos  todos os 3 dormirem em nossa cama, ganharam petiscos, atenção redobrada. E ainda dizem que os animais são seres irracionais... São mais manipuladores do que muita sogra por aí - e olha que as sogras são campeãs no quesito!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CÉU ESTRELADO, DOR DE BARRIGA, ENTRE OUTRAS COISAS...

Recentemente conheci a nova namorada do meu irmão.
Ela mora em Rio Claro, uma cidade do interior de São Paulo. Isso me fez lembrar que há muitosssss anos eu estive lá, juntamente com meu então namorado, Mr. A, e mais um casal de amigos. Foi uma viagem um tanto quanto inesquecível. Primeiramente, por ter sido "secreta". Meus pais não sabiam que eu estava viajando com um namorado, eles jamais permitiriam, apesar de eu já ter 22 anos.

Além disso, alguns fatos ocorridos naquela viagem foram belos e outros tão constrangedores, que até hoje é impossível esquece-los.

Pois bem, nessa viagem, após uma rápida passagem por Rio Claro, fomos para Caxambú. Cidade mineira, muito queijo e leite tirado da vaca, eu adoro isso tudo. Pois justamente nesse final de semana, meu estômago resolveu tornar-se intolerante à lactose, ou algo que o valha. O fato é que, após um café da manhã com muito queijo mineiro no tradicional hotel da cidade, fomos os quatro passear pelas redondezas.

Repentinamente, minha barriga começou a entrar em rebuliço. Tentei disfarçar, mas a situação foi se complicando com o passar dos minutos. Sabe como é, namoro recente, você nem pensa em ter dor de barriga  na presença do namorado. Procurei disfarçar o desconforto, mas o suor frio começava a escorrer pela minha face, até que fui obrigada a comunicar aos meus acompanhantes:  eu precisava com certa urgência encontrar um toillette.
Passamos por algumas lojas e nenhuma tinha banheiro para clientes. Meu desespero foi crescendo, eu suava em bicas e já estava topando qualquer banheiro de beira de estrada, freqüentado por caminhoneiros. A essa altura, perdi a vergonha, a situação exigia uma estratégia, antes que o pior acontecesse. Dividi o grupo e cada um foi para um lado, em busca de um banheiro. Só então meus amigos perceberam a gravidade do momento.
Céu estrelado de São Tomé das Letras

Finalmente, nosso companheiro de viagem, Antonio, com toda a falta de discrição que lhe era peculiar, gritou da esquina:
- Corre aqui que tem banheiro!

Pouco me importei em chamar a atenção dos pacatos cidadãos caxambuenses. Corri ao encontro de Antonio, com a visão meio embaçada, agradeci aos Céus por ter conseguido resistir até aquele momento. Nada romântica a cena, eu sei...

Para compensar, naquela noite fomos até São Tomé das Letras, uma adorável cidadezinha próxima. Estrada de terra, perdida no mundo, foi a noite com o céu mais belo e estrelado que já vi em toda a minha vida. Aqueles momentos na estrada, na total escuridão, com os faróis do carro apagados, a estrada iluminada apenas com o brilho das estrelas,...foram inesquecíveis.

No dia seguinte, já "escolada" com o efeito lactose, limitei-me a um café da manhã bem espartano. Era dia de retornar. Almoçamos na estrada, tudo corria bem. Calculei o tempo para retornar a São Paulo antes dos meus pais chegarem de viagem – eles passavam o fim de semana na praia.

Ao chegarmos na entrada da cidade, o mundo desabou em água, caiu uma chuva torrencial, em menos de 10 minutos o rio Tietê estava transbordando e as pontes de acesso à cidade estavam interditadas.

Não sei se foi a ansiedade de me atrasar e meus pais desconfiarem de algo, ou se pelo fato de ter tanta água caindo do céu e cercando nosso carro, que me deu a mais louca vontade de fazer xixi, bem ali, em cima de um viaduto, sem condições de ir para frente ou para trás. Meu namorado estava ao volante, achando graça do meu sufoco. As leitoras irão compreender o que passei – as mulheres sentem dor quando a bexiga está cheia, dá vontade de chorar (aliás, eu já chorei na sala de espera de um laboratório, enquanto esperava para fazer um exame de ultrassom, cujo preparo exige que a bexiga esteja cheia).

O amor é belo, o romance é maravilhoso, mas na hora do desespero, temos mais é que dar um jeitinho brasileiro. Eu não podia sair do carro para fazer xixi, pois estávamos cercados por carros e caminhões. Meu namorado propôs fazer "cabaninha" com uma toalha, imagine a situação! Eu não conseguiria fazer xixi com platéia, mesmo que só desse para ver minha cabeça.

A solução encontrada foi a seguinte: fechamos os vidros do carro para deixa-los embaçados. Eu fui para o banco de trás, peguei um saco plástico que encontrei no porta-malas, pedi para meu namorado aumentar o volume do rádio para que ele não ouvisse o constrangedor barulhinho do xixi – ssshhhhhhhhiiiiiiiiiiiiii.

Abaixei as calças, fiquei de cócoras com o saco plástico aberto logo abaixo, e tentei mirar dentro dele –rezando para que não estivesse furado. Feito isso, discretamente abri a porta do carro e joguei o saco plástico cheio de xixi. Juro que ainda ouvi um motorista dizendo:

- Aí mijona!

Caros leitores, todos passamos por micos na vida, mas esse foi o mico do século para mim. Raciocinem comigo: depois de um certo tempo de relacionamento, o casal fica mais relaxado, dá umas roncadas à noite, faz xixi com a porta aberta... Mas não era o meu caso!! Fazia poucos meses que eu e Mr. A estávamos juntos. E eu, jovenzinha, querendo ser sexy e interessante, passei a maior vergonha da minha vida.

Interessante lembrar que, coincidentemente, com Mr. A, eu bati o recorde de gafes. Até hoje tenho vergonha da mãe dele... Mas essa história fica para outro dia, se eu tiver coragem de contar...

sábado, 9 de outubro de 2010

É O QUE "TAIM"...

Eu tenho um amigo que eu amo com todas as forças do meu ser, cada célula do meu corpo tem um pedacinho de amor por essa pessoa tão especial. Nas incontáveis vezes em que eu me desiludi com a raça humana, acreditando que não haveria viv'alma neste mundo que valesse um centavo, lembrava-me desse meu amigo e minhas esperanças eram renovadas.
Ele é um desembargador muito conhecido e muito paparicado por pessoas de todo tipo, em especial por aquelas que são atraídas pelo poder e pela fama.  Afinal, ele é responsável por decidir processos judiciais de relevância, que afetam os interesses de centenas, milhares de pessoas. 
Não obstante essa inegável realidade, ele conta com uma vasta legião de fãs verdadeiros, da qual já me entitulei "a fã número 1". O posto é meu e ninguém tasca!
O motivo de tantos fãs? Ele é a pessoa mais honesta e generosa que eu já conheci na vida. A bondade que emana dele é contagiante. Já vi homens maduros apaixonando-se por ele em salas de aula, nos cursos que ele ministrou sob minha coordenação, para advogados em São Paulo. Mulheres, então... nem se fala! Sou testemunha ocular do efeito que ele causa nas pessoas. 
E ele ainda é um excelente contador de histórias, sempre tem um "causo" para ilustrar o seu discurso.
Há uns dois anos, quando eu estava me separando, várias decepções ocorreram ao mesmo na minha vida, foi uma fase extremamente  dolorosa. Lembro-me de estar sentada no chão da sala de TV e chorar como nunca antes havia chorado. Sentia como se a cada grito de dor e lágrima, um pedaço de mim era arrancado. Pensei no meu amigo e liguei para ele. Eu não sou do tipo fragilzinha que sai gritando "socorro, não aguento mais, vem pra cá cuidar de mim", não é meu estilo.
Naquela tarde, no entanto,  liguei para ele e disse, quase sem voz, que eu precisava de ajuda, por que eu não estava dando conta da minha dor.

Ele disse apenas:
- Bete, querida, venha para cá agora.
E não sei como, eu me vesti, peguei o carro e fui até a Av. Paulista, onde à época ficavam os gabinetes dos desembargadores. Chegando lá, ele me levou para tomar um café em um lugar com mesinhas ao ar livre, eu podia ver o movimento da Paulista, local que eu sempre amei na minha cidade.
Quando eu contei a ele o que estava acontecendo, disse que eu NÃO QUERIA ESSA VIDA, eu tinha sonhado outra coisa!! Nem precisava ser um conto de fadas, mas eu queria  ao menos ter um pai e uma mãe presentes, irmãos que nutrissem carinho por mim, queria ter um NINHO para me aconchegar momentos difíceis! Eu me recusava a aceitar o que estava acontecendo.

Então, do alto da sua sabedoria, ele me contou a história da Dona Maria, uma portuguesa que era dona da pensão onde ele morou quando jovem estudante.
Diz ele que naquela época ele já era bom garfo - sempre teve um fraco por comida e por belas mulheres. Na pensão, ele foi privado tanto de uma coisa quanto de outra. Quase todos os dias o cardápio da Dona Maria era "picadinho", arroz e feijão. Um certo dia, ele se rebelou e disse:
- Dona Maria, pelo amor de Deus, picadinho de novo?
No que ela, com toda a objetividade que lhe era peculiar respondeu:
- É o cã "taim".
( traduzindo o sotaque lusitano: "é o que tem").

Naquele momento, não entendi a profundidade do que ele estava me ensinando, mas hoje passados 2 anos, lembro-me diariamente dessa frase e faço uso contante da sabedoria singela aí contida.

Quando nossa vida está uma m&*%@!, é aconselhável procurar o lado menos ruim e comer o picadinho - melhor do que ficar com fome... afinal, "é o cã taim". 

E nada pode ser tão ruim assim, quando ainda existem pessoas que preenchem de significado a nossa existência. Espero que você, leitor, faça uma listinha das coisas boas, e  saiba contentar-se com elas nos momentos difíceis. Sim, pois ninguém passa impune aos "picadinhos" da vida. Haverá época em que você só vai ter isso, seja no relacionamento amoroso, no trabalho, na sua vida social. Mas o dia chegará em que você será servido com as mais inebriantes iguarias jamais experimentadas (assim espero, né?).

domingo, 12 de setembro de 2010

INVEJA PODE SER MORTAL...


Vocês já devem ter ouvido falar da fábula da serpente e do vaga-lume. Estou vivendo um momento na minha vida que é a representação mais fidedigna dessa estória. Vale a pena ler e guardar...


"Conta uma antiga fábula que, depois de muito fugir de uma cruel serpente, o vaga-lume se rendeu, pedindo apenas para que ela lhe respondesse três perguntas, antes de devorá-lo. 
Um pouco relutante, mas satisfeita por mostrar sua superioridade diante da presa, a serpente aceitou a proposta. Para começar, o inseto quis saber se fazia parte da cadeia alimentar de sua perseguidora. Rapidamente, ela respondeu que não. 
Percebendo que não se tratava de uma questão alimentar, o vaga-lume tentou puxar pela memória algo pessoal. No entanto, não se recordou de nenhum conflito entre eles. 
Questionou, então, se já havia feito algum mal à cobra. Ela balançou a cabeça negativamente. Confuso e sem entender o que se passava, ele perguntou, por fim, o que fazia a serpente caçá-lo com tanta insistência e ódio.
A resposta foi objetiva:
- É que não suporto vê-lo brilhar, disse.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

DESCE A MARRETA!

Eu não consigo compreender essas pessoas que têm duas caras.
Uma hora elas são m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a-s, na outra são o cão chupando manga.
Em um momento te amam, no momento seguinte, viram inimigos figadais.
Dá medo! Eu já cansei de me relacionar com pessoas assim, hoje fujo desse tipo assim que percebo essa inconstância.
Há 6 meses, aluguei a casa onde eu morava (casa da minha família, onde eu nasci), para a minha cabeleireira. Ou melhor dizendo, ex-cabeleireira... Essa louca entrou no imóvel em um dia e no outro mandou marretar tudo que era parede. 
Foi um tal de abrir porta pra cá e prá lá. E as portas que existiam... ela mandou fechar!

Arrancou pisos de mármore para colocar cerâmica da mais barata. Quase enfartei quando descobri que ela havia arrancado um piso de madeira maciça, de Ipê, daqueles que custam uma fortuna, colocado há poucos anos (que eu fiquei pagando parcelado durante meses), para colocar... adivinhe? c-e-r-â-m-i-c-a. 
Meu jardim, que era meu xodó, virou um matagal. Chorei quando vi plantas que eu cuidei por mais de 10 anos, mortinhas da silva. Secas, irrecuperáveis.
Aluguei a casa para essa doidivana por acreditar que, por ser uma pessoa conhecida, cuidaria melhor do imóvel. Ledo engano...
Depois de detonar o local, ela resolveu devolver o imóvel, 6 meses após o início do contrato de locação -cujo prazo seria de 3 anos.
E o pior, com a cara deslavada, ela disse que não iria pagar multa nem iria fazer os reparos necessários.  Entregou a casa imunda, meu nome foi inscrito na SERASA pro falta de pagamento da conta de luz que ela não pagou e eu pouco pude fazer em relação a essa maluca.

Contratei uma advogada, ajuizamos uma ação e para complicar mais um pouco, o Judiciário paulista está em greve.

Nunca fui favorável da teoria de "fazer justiça com as próprias mãos", mas nesse caso, juro que abriria uma exceção. No entanto, como o meu bom senso ainda prevalece, só me resta sonhar que estou com uma marreta arrebentando todas as paredes do novo salão que ela inaugurou. Por via das dúvidas, mantenho uma marreta no meu carro, quem sabe um dia surge uma oportunidade...


Com "amigos" assim, quem precisa de inimigos?





terça-feira, 29 de junho de 2010

O IMPONDERÁVEL

Este ano está sendo o ano das situações inesperadas e inusitadas. A começar pelo fato de eu, após tantos anos atuando como advogada, me ver na situação de dona de loja de materiais de construção! Justo eu, que sempre preguei aos quatro cantos que jamais trabalharia no comércio, meu talento sempre foi o uso da palavra -escrita ou verbalizada, dando aula ou redigindo petições... essa é minha praia.

Pois minha praia, desta vez, é formada de areia- mas aquela que se usa em construção, vendida em sacos de 20 kg pelo preço de R$ 2,40. Essa mudança foi necessária, após minha separação, com a descoberta que meu ex-marido estava me roubando na cara dura, descoberta essa que devo à astúcia de minha fiel escudeira, Clemilda, que à época trabalhava no caixa da loja. 

Brigas à parte - foi uma fase muito difícil quando descobri que meu "ex" não era o homem de caráter que eu sempre imaginei, começar uma atividade da qual eu pouco sabia foi um desafio. E digo que só foi possível vence-lo graças à ajuda de dois funcionários que vestiram a minha camisa e arregaçaram as mangas para me ajudar: minha fiel escudeira e o João, este último foi contratado por indicação de um amigo meu de infância.
Bem, logo no segundo mês da minha gestão na loja, já ocorreu um fato prá lá de inusitado - o cunhado de Clemilda cai morto no banheiro da casa dela, numa manhã de fevereiro, acometido por pneumonia. Depois de ser internado em um hospital público, ele havia sido liberado sem o diagnóstico correto da doença. Lá se vai uma semana sem a minha indispensável ajudante. 

No mês seguinte, Clemilda descobre-se grávida. Festa, alegria e comemoração... o marido dela, que acabara de perder o irmão, ficou exultante com a notícia, seria o primeiro filho dele - ela teve uma filha de outro relacionamento. 
Um mês depois, Clemilda perde o bebê. Minha preocupação dividia-se entre o bem-estar de minha funcionária e a preocupação com a loja, eu ainda não havia aprendido todo o necessário para poder administra-la sem a ajuda da Clê. E ela, como uma leoa, superou esse problema e voltou a trabalhar em poucos dias.

Parece piada, mas não é. Duas semanas depois, o marido dela sofre um enfarte. Por pouco não vai a óbito. E o mesmo hospital que antes não tratou adequadamente o cunhado da Clê, desta vez salva a vida de seu marido... o imponderável.

Foram dois meses de internação, Clê se dividindo entre hospital e loja, tentando administrar tudo sem fraquejar, uma mulher de fibra essa minha Clemilda... 
O marido sobreviveu, operado e safenado. 

No final de maio, reuni meus fincionários e disse em tom de brincadeira:
- Agora, por favor, chega de imprevistos. Vocês estão proibidos de ficar doentes, tratem de se cuidar porque eu não aguento mais um sufoco desses.
Mas o João, teimoso como só, baino retado, cismou de me desobedecer. Foi atropelado na semana passada, na mais paulista das avenidas. Teve as duas pernas fraturadas, traumatismo craniano - vai ficar mais doido do que já é, esse cabra...
Pois é, o imponderável... 
Quem iria imaginar que uma coisas dessas pudesse acontecer? Logo com o João, sempre animado, brincalhão, um verdadeiro palhaço, impossível não rir com ele.

A loja ficou mais triste, ainda mais sabendo que ele ficará afastado por muitos meses. E eu estou aprendendo que, por mais que você tenha pessoas para te ajudar, no fim, só podemos contar conosco, pois existe sempre à espreita, o tal do imponderável, do imprevisto, que quando aparece te deixa nú, com as únicas armas que possuímos: nossa capacidade de superação.

                                                    Da esquerda para direita: João, Clemilda, Rodrigo e Mané... equipe da loja.

 

domingo, 27 de junho de 2010

Maradona e Mafalda

Ri muito quando li no blog de uma jornalista da Folha de São Paulo sobre a semelhança entre o Maradona e a Mafalda, um personagem de história em quadrinhos...
Veja você mesmo, impressionante...rsrsrs

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A CRIANÇA MIMADA QUE VIVE DENTRO DE MIM

Terça-feira. Primeiro jogo do Brasil na Copa.  Confesso que esta Copa de 2010 não me empolga.  E eu, que sempre curti horrores, desde criança. Assistia aos jogos dos países mais "perigosos" - para torcer contra! As últimas três Copas eu assisti com  meu ex-marido. A de 1998 foi divertidíssima,  um dos jogos caiu bem no dia do aniversário dele. A de 2002 foi a melhor, na época eu coordenava um curso para advogados, enfeitamos a sala de aula com bandeirinhas, a garrafa de café foi "vestida" com um aventalzinho de papel no formato de bandeira do  Brasil,  tinha quentão e vinho quente para comemorar cada vitória.
De repente, eis que me vi sozinha nesta terça-feira. Dispensei os funcionários às 13:30h, o jogo começava às 15:30h, e quem seria o doido que iria querer comprar material de construção depois da uma da tarde, em dia de jogo do Brasil?
Vim para casa, ficar com meus cachorros, que se apavoram com o barulho dos fogos e dessas maleditas cornetas. De repente... bateu aquelaaaaaaaaaaaaa nostalgia.
Você já sentiu saudade de uma situação e ao mesmo tempo não gostaria de vivê-la novamente? Que sentimento confuso, essa nostalgia. É diferente da saudade, por que saudades se mata, reencontrando o objeto ou a pessoa que a causa. 
Já a nostalgia, não. Ela é uma falta de algo que foi sem ter sido. Isso me incomodou demais, afinal, com toda a sinceridade, a última pessoa com quem eu gostaria de estar atualmente é com meu ex-marido - então, por que cargas d'água senti falta dele no jogo?

A terapia entra em campo. Hoje já cheguei na sessão com os olhos meio aguados e a boca querendo fazer beicinho de choro. Que saco, isso! Desabafei, falei tudo e ouvi.
E descobri que alguns sentimentos sem noção e sem sentido, são gerados pela criança desprotegida que vive dentro de mim. Mas que criança chata da porra!
Sim, essa criança teima em querer que o mundo seja cor-de-rosa, teima em acreditar que, no fundo, todos são bons. Não existe maldade... tal como nas novelas, no final, o vilão se regenera, acaba tudo em pizza e em casamento - já repararam que não teve uma novela até hoje que, nos últimos capítulos, não tenha exibido uma cena de casamento?
Minha criança é mimada, é teimosa, ela quer por que quer que seus sonhos dêem certo! E quando não dão, ela esperneia. 
O maior defeito da minha criança é insistir em não acreditar que o mal existe. Por que, se ela acreditar que existe, ela vai ter de lidar com isso e se defender. 
E esse tem sido meu desafio: lidar com o mal que existe nas pessoas que eu amo e que amei.  Proteger-se dos inimigos é fácil, difícil é lidar com o pai, com o irmão, com o marido que me puxa o tapete, sem que eu tenha tempo de me defender. 

Agora que entendo mais essa criança, talvez eu consiga fazê-la calar a boca e me deixar assistir os jogos, sozinha ou em boa companhia, pois quero acreditar que o melhor ainda está por vir...

Em tempo... essa Copa está chata mesmo, ou sou eu que estou ficando velha? 

domingo, 13 de junho de 2010

DEVERIA TER CURSO OBRIGATÓRIO PARA TER FILHOS

Fala sério... Até para tirar carteira de motorista, precisamos passar por uma via crucis. Tem o curso obrigatório (cada vez mais difícil de burlar, agora a presença do aluno é marcada com leitor de digital - mas sempre dá pra cortar o dedão e pagar para alguém marcar nossa presença). Depois tem o exame médico, o exame prático, o exame escrito e o período probatório (se você levar mais do que 3 multas, "tás ferrado", a habilitação é cassada).
Advogado, então... o coitado paga 5 anos de faculdade, estuda à noite, pois trabalha o dia todo pra pagar o tal do curso que vai torná-lo um "dotô" das leis. No final, descobre que a faculdade  onde estudou era tão ruim  que o indivíduo vai amargar mais uns 2 anos até passar no EXAME DA OAB.

E hoje, o desafio da moda: concurso público. Com o desemprego rondando, a falta de opção, o mercado de trabalho saturado, milhares de pessoas prestam anualmente concursos públicos para qualquer coisa que lhes dê estabilidade e uma remuneração satisfatória. E para conseguir, o camarada tem que estudar muitoooo.

Em quase todos os exemplos acima, temos o chamado exame psicotécnico, cuja função é descobrir se o candidato a dirigir um carro ou ocupar uma vaga em uma empresa  privada ou cargo público, é mentalmente são - se não babar verde, já está valendo. Até hoje não conheço viv'alma que tenha sido reprovada em teste psicotécnico. Mas enfim... eles existem. 

O que me deixa indignada é o fato de que, para colocar filho  no mundo, o cidadão (e cidadã) não passa por avaliação alguma! Tem cada maluco procriando por aí... só vai ferrar com a vida da coitada da criança que tiver o azar de nascer naquela família.
E nesse ponto, a natureza é democrática: tem doido de todas as idades e classes sociais. A única diferença é que os ricos não aparecem nos programas do Datena, Ratinho e assemelhados. Mas fazem tantas barbaridades quanto os pobres e favelados, que têm seus rostos estampados na primeira página do jornal.  O pobre nem sabe que tem lei para proteger sua  imagem. 

Mas, enfim, sou adepta de tornar obrigatória prova escrita, psicotécnica, avaliação psiquiátrica e tudo mais... para quem quer gerar um outro ser humano.É muita responsabilidade, mas a lei, os religiosos, os politicamente corretos, só se preocupam em defender as crianças geradas por verdadeiros psicopatas, depois que já foi feito o estrago.  

Ser mãe e ser pai é um talento. Alguns têm, outros não. A maior história da carochinha é essa de que toda mulher nasce com instinto materno, blábláblá...

O que tem de mãe que sutilmente inferniza a vida dos filhos, com chantagens emocionais - quem nunca passou por isso?
Pare e pense: quantas mães ou pais "mala sem alça" você conhece e consegue enumerar em um minuto? Vale contar a sogra, a mãe do amigo, a vizinha... E pais omissos? Separam, arrumam outra mulher e esquecem dos filhos.

Ser humano precisa de amor, não precisa de pensão. Passar fome não vai. Afinal, temos o Bolsa Família aí, uebaaa... só rindo para não chorar..
Ter filhos está virando um negócio lucrativo. Tem gente que vive de Bolsa família, bolsa escola, bolsa leite, ganha mais tendo filho do que trabalhando de diarista! Mas nem assim aprendem a cuidar dos filhos.

Sei não... acho que logo, logo, vão criar uma campanha de esterilização em massa, igual a dessas Ongs de proteção dos animais. Vai chegar uma ambulância com um médico e enfermeira em cada bairro das cidades, pagar cinquentinha para cada homem que topar fazer uma vasectomia. Sai mais barato que o bolsa família!... E garanto que vai fazer fila!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Vaidade... é tudo vaidade



Quem assistiu o filme "Advogado do Diabo", deve se lembrar da cena antológica do final do filme. E a fatídica frase de Al Pacino, magnífico:
- "Vaidade, o meu melhor pecado".


No mundo real, as pessoas se metem em cada encrenca por conta da vaidade, do ego. Já no mundo virtual, a coisa descamba de vez... 
Eu participo de uma comunidade no Orkut chamada "Eles perguntam, Elas respondem". Dessa comunidade já sairam casamento, nascimento de bebê, brigas, crises depressivas...  No entanto, o mais interessante lá, é observar a inveja  e a maledicência - entre fakes! Sim, perfis que sequer verdadeiros são. Um campo de batalha, onde as pessoas buscam tornar-se visíveis, populares, desejadas, admiradas. É de causar espanto ao próprio Narciso. 
Sei lá, eu sou tão basiquinha, low profile, nunca curti badalar ou ser badalada, acho que soa falso. Minha terapeuta diz que eu preciso mudar e me "apropriar dos meus recursos internos".
Conquistei, de fato, muitas coisas na minha vida, as mais importantes não foram  conquistas materiais. Superei uma longa fase de Síndrome do Pânico, quando sequer conseguia sair de casa sozinha. Superei duas separações, superei uma decepção inominável com minha família, meu ex-marido, doeu fundo n'alma.

 E eu sobrevivi, esse é meu trunfo. Disso me orgulho, isso me envaidece.
Dinheiro? Poder? Status? Aparência?
"Tudo é vaidade, e vento que passa" (Eclesiaste 1, 14)


 


 

   

domingo, 28 de março de 2010

MELHOR DO QUE PROZAC

Algumas pessoas que acompanham meu blog sabem os problemas pessoais pelos quais eu tenho passado. Uma forma resumida de expor minha vida: passou um tornado, arrancou as bases, voou tudo pelos ares. Mas este não será um post baixo astral, prometo... 
Muito embora as coisas mais absurdas e bizzarras tenham acontecido essa semana, a tal ponto que uma amiga se ofereceu para levar o Padre Quevedo para fazer xixi no meu banheiro (essa é nova pra mim, será que resolve? rsrs).

Aliás, já recebi todo tipo de proposta: de me levarem ao culto da Igreja Universal (nada contra, mas não levo o menor jeito para ser evangélica), chamar um pai de santo para defumar minha loja, minha casa e se possível, euzinha também! Pode defumar dos pés à cabeça, mandar tomar banho de erva, eu tô quase topando ingressar  na filosofia messiânica para receber o "Jorey" - não sei bem o que é, mas mal não deve fazer!
Sabe o que é fundo do poço, aquela tristeza aguda?  Acho que todos já sentiram... E essa fase começou há uns 7 meses, e foi piorando. 

Estranhamente, existe dentro de mim uma pessoa que, passada a fase crítica de uma crise, consegue rir da própria desgraça.
Hoje, duas amigas vieram a minha casa, nós três deprimidas, cada uma com suas razões. Uma por vez foi contado suas mazelas, até que percebemos o absurdo do que estava acontecendo a cada uma de nós. Nossa conversa mais parecia um folhetim mexicano! No more tears!!! 

Chegamos à conclusão que deveríamos fazer algo totalmente inusitado. para mudar nosso estado de espírito. Após muitas idéias malucas, chegamos à decisão final: fazer uma reunião só para mulheres, no meu apartamento, e contratar um striper. Nada de sexo, no máximo uma mordidinha no bumbum...(dele, claro). E dar muita risada...

Eis que minha amiga Mariza se lembra de um fato "histórico" ocorrido no bairro onde nascemos e vivemos a maior parte das nossas vidas. 
"Uma senhorinha, sempre muito discreta e tímida ficou viúva. Ela nunca saia de casa, morava na rua mais movimentada do bairro e, nas poucas vezes que saía de carro, era um acontecimento: ela sempre batia na árvore que ficava na calçada.

Numa certa noite, ela saiu sozinha, voltou pouco depois e, como sempre, fez inúmeras barbeiragens para entrar na garagem. O segurança da rua, observando ali perto, notou duas cabecinhas abaixadas no banco traseiro e logo pensou: sequestro!! A senhorinha viúva estava sendo feita refém por duas pessoas abaixadas no banco de trás!
Ela conseguiu finalmente estacionar, entrou com dois homens na casa e o segurança ligou para a polícia. Em poucos minutos a polícia chegou, tocou a campainha e não houve resposta. Invadiram a casa... e flagraram a senhorinha apreciando dois jovens semi-nús, dançando em sua sala. A infeliz jurou até o fim que eram seus sobrinhos..."   

Ri tanto que quase fiz xixi nas calças. De repente, a tristeza que me acompanhava há dias, passou. Como era bom estar com minhas amigas! Eu havia esquecido do quanto um amigo faz diferença na nossa vida. ALiás, um amigo na hora certa pode fazer toda a diferença. Amizade é, sem dúvida, a mais deliciosa forma de amor... e é muito melhor que Prozac.


 

segunda-feira, 22 de março de 2010

ENCONTROS E GAFES

Estava conversando com uma amiga no msn (não posso revelar o nome sob pena de ser "assassinada"), ela reclamando que não consegue arrumar um namorado/ amante/ ficante/ PA ou algo do gênero, que a faça esquecer o ex- namorado.

Sugeri que ela fizesse uma viagem, assim conheceria pessoas diferentes, novos ares, já que ela está desempregada e tem uma reserva de dinheiro que lhe permite certas extravagâncias. Ela explicou que, no seu caso, arrumar namorado em viagem era a maior roubada.

Eis que surge a história  que vou lhes contar:
Estava ela em Florianópolis há uns dois anos atras, feliz da vida, após passar um fim -de -semana de sol e praia. Na ultima noite naquela bela ilha, foi a um luau. Depois da terceira tequila, começou a se soltar e  conheceu um rapaz mais jovem, sarado, bronzeado, divertidíssimo.  Na quinta tequila ela já nem prestava atenção  no que ele falava. Eles apenas riam de tudo, o mundo passou a ser  mais divertido e leve .

Enfim, minha amiga enamorou-se pelo rapaz sob o luar  de Florianópolis. Trocaram  e-mail, msn, celular, essas coisas todas de tempos modernos.
De volta a São Paulo, falaram-se pelo msn, pelo celular, ela soube mais detalhes da vida dele - ele trabalhava numa empresa de eventos em São Paulo, emprego modesto e não tinha carro.
Ela, uma mulher sofisticada, curso superior, desempregada por opção.  Bonita, acima da média. O seu maior defeito foi sempre procurar sarna pra se coçar. Ela tem o talento, até hoje, de só arrumar pessoas complicadas nas sua vida, desde familiares, amigos e, em especial, namorados.

Aquela noite mágica que passaram juntos em Floripa teve o poder de esvanecer qualquer inconveniente da realidade do rapaz.
Marcaram de se encontrar num domingo à noite (ele trabalhava aos sábados). Ela vai buscá-lo no metrô com seu carro. Estaciona e vai à pé até as escadarias onde marcaram de se encontrar.
Ao se aproximar do local, logo viu um sujeito sujo e suado, usando uniforme de futebol, com boné na cabeça, sorrindo em sua direção. Ela congelou. Não sabia se gritava ou saia correndo quando notou que, além de sujo, ele não tinha os dentes da frente. Era ele!!!

Vejam bem os perigos que o excesso de alcool. oferece! Muito mais perigoso do que dirigir embriagado é enamorar-se sob o efeito do álcool. Ele vinha ao seu encontro abrindo os braços e ela, rapidamente, inventou uma escapatória dizendo:
- Moço, você deve estar me confundindo com alguém.  
Desceu as escadarias, pegou o primeiro trem do metrô, e voltou de taxi para buscar o carro.

Eu já passei por algumas situações embaraçosas em primeiros encontros com amigos virtuais, alguns não agradaram, outros foram uma grata surpresa (a minoria, of course). Mas todos tinham dentes na boca! Ufaaa  



segunda-feira, 15 de março de 2010

TROCA OU NÃO TROCA?

Vocês devem se lembrar dos programas do Silvio Santos que, confesso, não assisto há mais de 10 anos. Mas não há uma só pessoa neste país que um dia não tenha assistido a um programa desse apresentador de gosto duvidoso e talento inegável (manter um programa no ar por mais de 30 anos não é para qualquer um).


Pois então, dias desses estava eu  a pensar, do nada, naqueles programas de auditório onde o participante ficava numa cabine com isolamento acústico, sem poder ver o auditório. E aí o participante tinha de escolher entre várias opções de prêmios, sem poder enxergar-los. O apresentador mostrava o objeto, que podia ser desde um carro até  um liquidificador e perguntava ao participante se ele escolhia aquela opção. A pessoa na cabine, sem poder ver, tinha que dizer sim ou não. Uma vez feita a escolha (muitas vezes prêmios excelentes), o apresentador ficava oferecendo para ele trocar por outa coisa.
Diversas vezes acontecia do participante que havia escolhido "no escuro" um carro zero quilômetro, acabar trocando-o por um simples radinho de pilha, enquanto o auditório enlouquecia, gritando em vão para que o participante não fizesse a troca. Todos estavam vendo que era uma péssima opção, menos o coitado do participante...


Pois bem, pergunto, será que algumas vezes as escolhas que fazemos na vida não se assemelham a esse programa? Somos o convidado, o participante... e a vida fica oferecendo opções a nossa frente: fazemos escolhas "cegas" baseadas nas condições do momento, nas nossas necessidades e medos. Poucas vezes são escolhas inteligente. E, uma vez feita a escolha, sempre aparecem opções no caminho para mudarmos de rumo. E aí...devemos fazer a troca? Trocar de marido?  De emprego? De cidade? De faculdade?

No meu caso, já fiz trocas desastrosas.
Recentemente, percebi a escolha desastrosa que fiz no tocante ao quesito "marido". Descobri um lado sobrio, assustador e maquiavélico do meu ex-marido, a quem eu considerava meu nelhor amigo, mesmo depois da separação.
Notei que várias pessoas "da platéia" conseguiam enxergar que ele era um mero radinho de pilha e não um prêmio que valesse à pena. Fico imaginando - e até acho graça em pensar - a cara de desapontamento e espanto que certas pessoas devem ter feito quando souberam da minha opção de me casar com ele. 

Outro dia, tive uma audiência com um casal de clientes, ambos na casa dos setenta anos. Eles vieram comentar estupefatos, que viram meu ex-marido no supermercado, com um minúsculo shortinho de corrida e camiseta regata. Ou seja, praticamente nú na concepção deles! Nada condizente a  um homem de quarenta e sete anos, segundo disseram. Ficaram satisfeitos ao saberem que eu havia me separado:
- Ele não é homem pra você, minha filha...

Meu ex-marido não é gay, apesar de depilar o peito, usar esses micro-shorts quando corre no parque e adorar roupas justas. Esse comportamento é meramente narcisista, seria uma ofensa aos gays compará-lo como tal. Tantas pessoas da platéia assistiram horas e horas, dias e anos do seu narcisismo explícito e eu estava o tempo todo na cabine, surda  e cega.

Por  isso, agora minhas escolhas serão feitas de olhos bem abertos, com direito à devolução. Não só no que diz respeito aos relacionamentos amorosos, mas também nos relacionamentos profissionais, nas amizades, até mesmo nos relacionamentos familiares. Cansei de ser explorada pelas pessoas - creiam, eu já fui e muito.
Como diz minha fiel escudeira: " Coração dos outros é terra que ninguém anda".

Possivelmente,  nunca mais irei acreditar completamente nas pessoas , acho que essa opção já se rompeu dentro de mim. E, de todo o patrimônio que meu ex-marido me roubou, o  pior foi  justamente ele ter me roubado a fé inabalável nas pessoas e a crença de que TODO ser humano, no fundo é bom.

Pense nas suas escolhas... você se sente no programa de auditório? Estou torcendo na platéia para que suas escolhas sejam sábias.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

COISAS QUE PERDEMOS PELO CAMINHO

Os índios têm uma crença, de que tirar fotos de uma pessoa rouba-lhe um pedaço de sua alma. É interessante analisar sob o aspecto de energia, a imagem da foto nada mais é do que a luz emitida por aquela pessoa captada pelas lentes da máquina. Mas acho mais plausível acreditar que as fotos possam tirar a inteligência das pessoas fotografadas constantemente, haja vista a duvidável intelectualidade das modelos.

Mas essa análise de "perder a alma" é algo que venho pensando ultimamente, depois de tantas mudanças, constantes, profundas, que ocorreram na minha vida nos últimos 5 anos. Sinto como se cada decepção, cada  porrada que levei (e foram muitas, creiam...) levasse um pedacinho de mim. E agora quase não resta nada da antiga "Cristine". 
SIm, muitos dirão que todos nós mudamos, nos reinventamos com o tempo, mas no meu caso, é quase como uma morte. A morte dos outros em vida e a minha própria. Aquelas pessoas que conheci não existem mais e foram substituídas por outras com o mesmo corpo, a mesma voz, mas não a mesma alma que eu acreditava  habitá-las. E eu, tampouco, sobrevivi. Acho que não sobrou nada do que eu era.


A melhor analogia que posso fazer, remonta ao filme SpiderMan 3 -O Homem- Aranha.
Quero deixar  registrado que odeio esse tipo de filme,  apenas acompanhava meu ex-marido ao cinema sob protesto. E mais, acho o Spiderman uma biba mal resolvida e um bossal.
Mas nesse filme em especial, uma cena ficou gravada, a do homem-areia que se desfazia a cada golpe da biba...ops, homem aranha... até virar nada, um monte de areia sem forma. A matéria estava lá, mas não existia mais forma.
Eu sinto um pouco isso... as coisas que fui perdendo pelo caminho foram como pedaços de areia, que iam se dissipando, dissolvendo, e quando me dei conta, já não havia a mesma forma. 

A vantagem é que a areia está aí, para ser remodelada, para receber nova forma, mas aquela antiga está perdida para sempre. Um pedaço da alma se foi...
Com isso, perdi coisas pelo caminho, perdi sonhos, perdi a fé nas pessoas, a ingenuidade ( é bom ser ingênua, mas o preço é alto!).
Perdi amigos, família, mas teve um importante ganho: ganhei a mim mesma. Com tudo isso, aprendi a contar comigo mesma e a ser a única responsável pela minha felicidade (e infelicidade também).

Bom, já que a areia está aí pra ser remodelada, bem que eu podia dar uma economizada  na  areia e ficar mais magrinha, quem sabe dar uma arrebitadinha do nariz, aumentar o tamanho do pé (maior sacrifício achar sapato tamanho 33!). Aproveitar também pra dar uma alisada no molde do rosto, esconder as ruguinhas,  deixar meus lábios carnudos à la Angeline Jolie. Enfim, podia dar uma recalchutada geral...rsrs 
Vai sonhando, vai sonhando... Não posso reclamar ainda, acho que ainda dou um caldo... hehehehe

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

UMA NOITE NO MOTEL...


Tudo o que eu queria era passar uma noite  no conforto de um ar condicionado e tentar dormir.  Já fazia 3 noites que eu estava sem dormir por causa do calor insuportável em São Paulo. Isso aliado às preocupações com meu trabalho formava o coquetel perfeito para minha insônia.

Meu namorado chegou de viagem na segunda de carnaval e veio a idéia: por que não passar a noite em um desses motéis que dão direito à pernoite,  escolher uma suíte com ar condicionado, um solarium e uma hidro, para poder tomar sol e me refrescar no dia seguinte pela manhã? Escolha feita, analisando custo/benefício, fomos a um tradicional motel de São Paulo. A suíte duplex, com solarium e hidro gigante no andar superior, um potente ar condicionado, uma TV LCD gigante com todos os canais a cabo, e ainda de quebra... wi-fi (viciado em internet é fróids... leva o notebook até no motel...).

Tudo começou bem, logo ao chegarmos ligamos o ar condicionado... ahhh que delícia. Depois enchemos a hidro gigante com água fria (quem não tem praia nem piscina, se satisfaz com uma hidro, né?). Depois de nos refrescarmos na água geladinha, pedimos o jantar. 

Não resisto em fazer um adendo aqui: os motéis de São Paulo possuem um compartimento próximo à porta, onde a refeição é colocada. Pelo lado de dentro do quarto parece um mini armário,  com uma portinha para dentro do quarto e outra para fora. Meu namorado, carioca desavisado, colocou sua roupa ali, imaginando trata-se de  um  mini guarda-roupa (e bota mini nisso,rssrs). 

Imagine a camareira ao abrir a portinha para colocar o jantar deparar-se com cueca, calça, meia... no compartimento da comida. Deve ter sido uma ginástica para a coitada acomodar a refeição no meio das roupas. 

No entanto, o que prometia ser uma noite gloriosa começou a desandar quando, ao pedirmos o jantar, na primeira mordida, quebra-se o dente do meu namorado e ele quase se engasga com o dito cujo. Ainda sentados à mesa, jantando, notamos que o ar condicionado estava congelando o ambiente. Tentamos diminuir a potência ou aumentar a temperatura, mas em vão. A recepcionista informou que não era possível ajustá-lo (um modelo moderníssimo split hiwall, capaz de refrigerar um auditório com 50 pessoas, tamanha a sua potência.
Desavisados, havíamos apenas colocado na mochila pijaminhas bem leves para passar a noite. A única opção para não morrermos de hipotermia era ligar e desligar o ar de tempos em tempos. E assim foi a noite toda: ora congelando, ora suando em bicas.
Veja lá se tem clima pra namorar numa situação dessas! Dente quebrado, ar condicionado infernal, e ainda, para colaborar... o wi-fi e tampouco a TV a cabo funcionavam.

Meu namorado entregou-se aos braços de Morfeu, e eu fiquei lendo até alta madrugada, mais uma vez sem sono.
E mais uma noite em claro... Ligando e desligando o bendito ar!
Pela manhã, senti saudades do meu ventiladorzinho...