Aventure-se comigo...

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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O DILEMA

Dois porcos-espinhos namorando
Existe uma teoria interessante sobre relacionamentos, "The hedgehog dilemma" (o dilema do porco espinho), que tenta explicar o motivo pelo qual muitos de nós entramos em relacionamentos com tanta cautela, cheios de dedos, em estado de alerta, aguardando o momento em que o outro nos fará sofrer.

A explicação seria mais ou menos assim: um grupo de porcos-espinhos  buscam a proximidade uns com os outros para aquecerem-se durante o frio. No entanto, eles precisam manter uma certa distância para que os espinhos  não machuquem uns aos outros. Ou seja, apesar do desejo de se aproximarem o máximo possível, esse desejo acaba por não se concretizar por motivos que eles mesmos não podem evitar.

Schopenhauer e Freud analisaram essa teoria para descrever a dificuldade do ser humano em criar intimidade, apesar da boa vontade e do desejo para tanto. 
Estaremos fadados a criar relações pautadas por um  comportamento cauteloso e superficial? 

Confesso que eu, escorpiana típica, incontáveis vezes joguei-me de cabeça em relacionamentos amorosos intensos, daqueles que mudam sua vida de um dia para o outro. Quando o meu coração comandou essas decisões, invariavelmente eu vivi situações maravilhosas, algumas tiveram um alto custo emocional, posteriormente.
Meu segundo casamento foi assim, em menos de um mês eu me apaixonei, separei-me do meu então marido e juntei os trapinhos com o novo amor. As chances de algo assim dar certo é muito remota, no entanto, vivemos juntos 12 anos e fui muito, muito feliz durante boa parte desse tempo.
Acabou sem traições, sem drama "operesco", mas deixou o pesado fardo de eu não mais acreditar no amor. Afinal, esse relacionamento trouxe tudo aquilo que eu sonhava, não há nada que eu quisesse ter vivido dentro de uma relação que não tenha experimentado no meu segundo casamento. E ainda assim, acabou. Perdeu a graça, perdeu o encanto, mudei, mudamos, sei lá.

Mesmo não tendo sido "espetada" pelos espinhos do ex-maridão, criei uma resistência a novos amores. Eu quero vive-los, eu sou feita de emoções intensas e preciso me apaixonar, amar... 
Aí aparece um pretendente e tudo o que eu faço é ficar procurando "espinhos" no infeliz: ahhh não vai dar certo porque ele mora longe, porque ele não é carinhoso o suficiente, ou é carinhoso demais, ou é muito novo, blábláblá...

Eu já não estou me reconhecendo, será que isso é amadurecer? Quero, não! Quero ser arrebatada, novamente. Quero que esse dilema vá para o inferno, quero um porquinho-espinho me espetando todinha. Nada que uma pomadinha hipoglós não cure. 

Minha decisão para o próximo ano, é viver um grande amor. Mais um, diferente, não menos intenso e tão transformador quanto os grandes amores podem ser.

2 comentários:

Cris Medeiros disse...

Realmente a gente se parece bastante... rs.

Bem, aconteceu algo semelhante comigo depois de uma paixão louca que tive em 2004, de lá pra cá esfriei e fico sempre muito resistentes a novos relacionamentos, mesmo tendo casado com outro homem depois dessa paixão, não casei apaixonada.

São estranhos os caminhos da nossa mente.

Beijocas

Suellem Brasil disse...

Falar em eternidade pode ser estranho para seres humanos que estão se acostumando cada dia mais com prazos curtos de validade, e com um consumo cada dia mais intenso de descartáveis. Mas, mesmo que pareça estranho, a eternidade existe, independente de a entendermos! A eternidade de uma relação conjugal está pautada no elemento central desta relação – o AMOR.
"E que seja eterno enquanto dure!"
Bjs!