Aventure-se comigo...

Aventure-se comigo...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Idealizar ou não, eis a questão...

Recentemente encontrei um amigo que me contou que está apaixonado. Ele sofre, pois sua amada mora em outro país e eles tiveram pouquíssimo tempo para curtir essa paixão - e muito tempo para idealizar o que seria a vida deles se pudessem viver juntos.

O melhor tempero para uma paixão é, sem dúvida,  o fator "dificuldade". O empecilho pode apresentar-se com diversas roupagens, como a distância, o proibido (um deles pode ser comprometido),  a falta de tempo, a diferença de idade, de classe social, enfim... inúmeras dificuldades que só fazem com que o sentimento fique ainda mais intenso.

Desde Romeu e Julieta, sabemos que "amores impossíveis" são marcantes. No fundo, o ser humano gosta mesmo é de uma boa tragédia...
Por qual motivo não nos apaixonamos pelo cara da esquina, pela mulher que trabalha na sala ao lado? Ahhh, obviamente por ser muito fácil e acessível. 

Há, também, outro aditivo da paixão: a idealização. Em tempos de internet, então, é mamão com açúcar! Nada mais d-e-l-i-c-i-o-s-o do que conhecer alguém pela internet e imaginar que aquela pessoa é a enviada dos céus. A alma gêmea. O pouco que o outro nos fala pela tela do computador já dá margem ao nosso criativo inconsciente para criar imagens e idéias a respeito dessa pessoa, que sequer ainda olhamos nos olhos.

Falasse alguém, há 10 anos atrás, que em um futuro próximo as pessoas se conheceriam por uma tela de computador, e se apaixonariam, algumas até casariam, após um contato meramente virtual, seria taxado de maluco. Isso me faz lembrar das histórias dos namoros por carta, que minha avó costumava contar... coisas do século passado...

Os amores virtuais levam vantagem pela rapidez dos contatos. Não é necessário aguardar semanas por notícias, rezando para o carteiro aparecer. Agora, o barulhinho do computador ou do celular, acusando nova mensagem, faz o papel do carteiro quando tocava a campainha.

Pois bem, eu poderia ser cética e dizer que amores alimentados por dificuldades ou idealizações estão fadados ao fracasso, mas a vida sempre nos surpreende, não é mesmo? 
A vida seria enfadonha se não houvesse a expectativa de que nossos sonhos pudessem se realizar. 

Por isso mesmo, aconselho meu amigo a não fugir, não racionalizar, e viver a paixão.

Já dizia o poeta..."as coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão".

Sonhemos, então, com amores idealizados. Depois de passada a fase da loucura, que a paixão carrega em si, é possível termos uma ressaca. E daí? O importante é que terá valido à pena. Eu cultivo as paixões que vivi como verdadeiros tesouros. Foram elas que me tornaram quem eu sou. 


Um comentário:

Cris Medeiros disse...

Sabe que morei 5 anos com um homem que conheci pela internet, não foi uma grande paixão, mas deu certo por um tempo.

E tive uma grande paixão, daquelas avassaladoras que começou pela internet e quando nos encontramos a coisa só se confirmou.

Mesmo com essas duas experiências continuo não gostando de conhecer homens pela internet e até meio que desacreditando que isso dê certo. Porque eu tive esses dois exemplos bom e um mar de exemplos ruins de todos os tipos. Acho sinceramente que a concentração de gente com problemas sérios de relacionamento, é maior na internet, porque isso aqui facilita a idealização e facilita também você passar para o outro a imagem que quiser de si mesmo. Então acho ainda que é uma forma que não me agrada. Prefiro o bom e velho encontro olho no olho, mas também não me fecho para a possibilidade da internet, só não aposto nela.


Beijocas