Aventure-se comigo...

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segunda-feira, 15 de março de 2010

TROCA OU NÃO TROCA?

Vocês devem se lembrar dos programas do Silvio Santos que, confesso, não assisto há mais de 10 anos. Mas não há uma só pessoa neste país que um dia não tenha assistido a um programa desse apresentador de gosto duvidoso e talento inegável (manter um programa no ar por mais de 30 anos não é para qualquer um).


Pois então, dias desses estava eu  a pensar, do nada, naqueles programas de auditório onde o participante ficava numa cabine com isolamento acústico, sem poder ver o auditório. E aí o participante tinha de escolher entre várias opções de prêmios, sem poder enxergar-los. O apresentador mostrava o objeto, que podia ser desde um carro até  um liquidificador e perguntava ao participante se ele escolhia aquela opção. A pessoa na cabine, sem poder ver, tinha que dizer sim ou não. Uma vez feita a escolha (muitas vezes prêmios excelentes), o apresentador ficava oferecendo para ele trocar por outa coisa.
Diversas vezes acontecia do participante que havia escolhido "no escuro" um carro zero quilômetro, acabar trocando-o por um simples radinho de pilha, enquanto o auditório enlouquecia, gritando em vão para que o participante não fizesse a troca. Todos estavam vendo que era uma péssima opção, menos o coitado do participante...


Pois bem, pergunto, será que algumas vezes as escolhas que fazemos na vida não se assemelham a esse programa? Somos o convidado, o participante... e a vida fica oferecendo opções a nossa frente: fazemos escolhas "cegas" baseadas nas condições do momento, nas nossas necessidades e medos. Poucas vezes são escolhas inteligente. E, uma vez feita a escolha, sempre aparecem opções no caminho para mudarmos de rumo. E aí...devemos fazer a troca? Trocar de marido?  De emprego? De cidade? De faculdade?

No meu caso, já fiz trocas desastrosas.
Recentemente, percebi a escolha desastrosa que fiz no tocante ao quesito "marido". Descobri um lado sobrio, assustador e maquiavélico do meu ex-marido, a quem eu considerava meu nelhor amigo, mesmo depois da separação.
Notei que várias pessoas "da platéia" conseguiam enxergar que ele era um mero radinho de pilha e não um prêmio que valesse à pena. Fico imaginando - e até acho graça em pensar - a cara de desapontamento e espanto que certas pessoas devem ter feito quando souberam da minha opção de me casar com ele. 

Outro dia, tive uma audiência com um casal de clientes, ambos na casa dos setenta anos. Eles vieram comentar estupefatos, que viram meu ex-marido no supermercado, com um minúsculo shortinho de corrida e camiseta regata. Ou seja, praticamente nú na concepção deles! Nada condizente a  um homem de quarenta e sete anos, segundo disseram. Ficaram satisfeitos ao saberem que eu havia me separado:
- Ele não é homem pra você, minha filha...

Meu ex-marido não é gay, apesar de depilar o peito, usar esses micro-shorts quando corre no parque e adorar roupas justas. Esse comportamento é meramente narcisista, seria uma ofensa aos gays compará-lo como tal. Tantas pessoas da platéia assistiram horas e horas, dias e anos do seu narcisismo explícito e eu estava o tempo todo na cabine, surda  e cega.

Por  isso, agora minhas escolhas serão feitas de olhos bem abertos, com direito à devolução. Não só no que diz respeito aos relacionamentos amorosos, mas também nos relacionamentos profissionais, nas amizades, até mesmo nos relacionamentos familiares. Cansei de ser explorada pelas pessoas - creiam, eu já fui e muito.
Como diz minha fiel escudeira: " Coração dos outros é terra que ninguém anda".

Possivelmente,  nunca mais irei acreditar completamente nas pessoas , acho que essa opção já se rompeu dentro de mim. E, de todo o patrimônio que meu ex-marido me roubou, o  pior foi  justamente ele ter me roubado a fé inabalável nas pessoas e a crença de que TODO ser humano, no fundo é bom.

Pense nas suas escolhas... você se sente no programa de auditório? Estou torcendo na platéia para que suas escolhas sejam sábias.

4 comentários:

Cris Medeiros disse...

Eu tenho também a mesma impressão que vc com relação a alguns ex... O problema é que quando estamos dentro da situação é como se estivéssemos mesmo dentro daquela cabine do programa. Não percebemos nada com a clareza, porque existe sentimento envolvido o que nubla nosso poder de discernimento... A vida é assim mesmo, errando, mas sempre tentando aprender com eles... É o mínimo que podemos fazer...

Beijocas

Anônimo disse...

é muito chato perder a fé nas pessoas, mas realmente hoje em dia, elas parecem querer fazer o possível para isto.
muitas vezes me taxam de estremista, cabeça dura, explosivo, por criar repulsa devido a atitudes que muitos acham sem importância, mas eu sinto como uma forma de agressão.
defesa talvez...

agora todo relacionamento, só com test-drive.

beijos querida.

Unknown disse...

Cristine...
Sabe que até dou razão aos casal de velhinhos? rsrs

Quanto ao shortinho do teu ex, eu não diria que é narcisimo, não!
Com todo o respeito aos Gays (que em sua maioria são gente boa pra cacete) isso é viadagem enrustida mesmo! Só que é um tipo raro de viadagem... É daquele tipo que se faz ovelha quando está por baixo... E um verdadeiro lobo quando está por cima.

Entretanto, a vida dá muitas voltas e a única coisa que nem ele (nem ninguém) irão roubar de você é a tua dignidade! E isto tu tens de sobra!

Agora segue só um conselhinho de um velho brimo e amigo árabe: Só somos explorados quando nos permitimos a isto... Pense nisso!

Um beijo, adoro vc!

Unknown disse...

ola, boa noite.
Te vi na comunidade e me lembrei de vc, seu blog é muito bom, seus textos são ótimos, não deixe nunca de escrever.
Lendo esse em particular vejo que passei por coisas parecidas tb, e me sinto como vc em partes. coisa desagradável, mas é uma fase, tenho certeza que vai mudar.
Não deixo de ter fé que existem pessoas boas, mas parece que hoje em dia isso deixou de ser uma qualidade, infelizmente.
No mais, temos que seguir em frente e sempre com otimismo, mas com prudência e desconfiômetro ligado de agora em diante.
beijinhos para vc, parabéns pelo blog.