Aventure-se comigo...

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sábado, 7 de janeiro de 2012

BELEZA CANSA - PERSONALIDADE CONQUISTA

Hoje eu queria escrever sobre o que influencia nossas escolhas, quando a questão é APAIXONAR-SE. 
Ouso discordar de Vinícius, que pontuava ser a beleza fundamental. A beleza é agradável e desperta a atenção, mas dificilmente mantém um emprego, quanto mais um relacionamento, por si só. Meu ex-marido costumava dizer que ele temia a concorrência dos feios inteligentes, pois sabia que eles poderiam passar desapercebido por várias pessoas, mas não por mim. A beleza, para mim, está na inteligência e na capacidade do homem se destacar pelo conhecimento profundo de algum assunto interessante. Não adianta ser médico e ser mediano, deitar nos louros. Prefiro, antes, um professor de inglês, menos glamuroso, mas que tenha viajado o mundo e criado conceitos próprios sobre a vida e sobre a cultura dos povos. 

Há evidências inquestionáveis de que a beleza não garante sorte no amor. O exemplo clássico pode ser extraído, verdadeiramente,   de uma história de príncipe. Charles trocou Lady Di pela insossa Camila. Quer dizer, insossa para mim e talvez para você, leitor. Pense em quantos homens sonhariam em ter uma mulher bela e sofisticada como Diana em sua cama? Não Charles, certamente. 



A belíssima Elizabeth Hurley foi traída pelo marido- galã  Hugh Grant, pego com uma prostituta desprovida de beleza.

Honestamente, eu prefiro estar acompanhada por um homem distante do padrão médio de beleza, pode ser ele careca, baixinho, até mesmo com barriguinha de chopp. No entanto, se for inteligente, bem-humorado e cuja conversa consiga me envolver, ganha fácil de qualquer homem belo e rico, que pensa ter as qualidades suficientes para satisfazer uma mulher: aparência e dinheiro.

Acho que 2012 deve ser o ano da mudança. Mudança de conceitos, mudanças internas, momento de reavaliarmos nossas prioridades e o sentido que damos à vida. Em homenagem às mudanças, transcrevi uma crônica sensacional e divertida de Ivan Martins, publicada pela revista Época.  Enjoy :)

Vivemos num mundo obcecado pela beleza humana. Ela está na televisão, nos filmes, na capa das revistas, no balcão das lojas do shopping e no restaurante descolado, onde garcons e garçonetes parecem todos modelos.
A beleza nos é oferecida em doses enormes, em vários formatos, para todos os gostos e gêneros. Há loiras altas, morenos fortes, jogadores de pernas grossas e cantoras de barrigas impecáveis. A beleza nos enche os olhos. É um colírio grátis, permanente e intoxicante.

Num ambiente desses, talvez seja inevitável imaginar que beleza é a coisa mais importante do mundo – em nós e nos outros.Essa ilusão circula amplamente por aí, por um motivo simples: a beleza atrai a atenção das pessoas como talvez só a violência consiga com a mesma intensidade.

Diante de uma cena de agressão ou de uma ameaça de agressão, os nossos sentidos se crispam. Quando uma mulher bonita entra pela porta (imagino que um homem bonito cause o mesmo efeito), as sensações também se alteram, mas desta vez na direção do prazer.

A beleza nos torna atenciosos e solícitos, ao menos por algum tempo. É por isso que ela funciona tão bem nos filmes, nas novelas, na publicidade. O prazer de olhar seqüestra os nossos olhos e monopoliza a nossa atenção. Na outra direção, ela dá às pessoas bonitas a certeza de que serão notadas – e a ilusão de que serão amadas.

Mas isso é totalmente bobagem, não é? Todo mundo sabe, ou deveria saber, que a aparência tem um papel importante mas limitado nas relações humanas.

Pense no caso da moça bonita que começou a trabalhar no escritório. Na primeira semana não se fala de outra coisa. Ela é um objeto que os olhos devoram incansavelmente. Passados uns dias, as pessoas se acostumam e o fascínio diminui, até que ela se torne como as outras, uma pessoa normal. Se a moça for uma chata, uma boba, ou uma mosca morta, o processo de “normalização” é ainda mais rápido.

Isso acontece porque, na vida real, nós fazemos contato com a totalidade das pessoas: seus sentimentos, seus modos, sua inteligência, seu humor, seu charme ou sua integridade. As relações humanas reais formam uma teia densa, complexa, na qual a beleza é apenas um componente - relevante, mas não absoluto.
É possível colocar um planeta inteiro apaixonado pela Shakira ou pelo Tom Cruise porque ninguém tem contato com eles. São apenas imagens bonitas, nas quais as pessoas projetam qualquer tipo de sentimento. Mas ponha o Reynaldo Gianecchini ou a Sabrina Sato para trabalhar na mesa ao seu lado. Em uma semana você vai estar reclamando de que ela ri muito alto ou que ele é folgado e se espalha demais para sentar. De perto, todo mundo é meio mala.



E quando se trata de namorar? Em princípio, claro, todo mundo quer gente bonita. Quanto mais bonita, melhor, na verdade. Mas basta olhar em volta pra perceber que não é nada disso.



Aquele sujeito que faz o maior sucesso com as meninas do trabalho, por exemplo. Ele chega ao churrasco da firma com uma mulher que ninguém acha bonita – mas pela qual ele é maluco. E a moça linda, coitada, que dança miudinho na mão de um namorado esquisito e tirânico que só ela acha irresistível? Claro, há aquela garota da praia, absurdamente sensual, com quem o seu amigo saiu duas vezes e não quis mais nada – e agora é ela quem fica pegando no pé dele.



É isso, não é? Beleza, nas relações amorosas, vai até a página dois ou três. Depois tem de incrementar com outras coisas. Ou acaba.



Olhar para a sua garota e achá-la arrebatadoramente linda tem mais a ver com estar apaixonado por ela do que com o fato de ela ser realmente tão bonita. Se ela fosse apenas bonita e você não gostasse mais dela, o olhar seria outro.



Vale o mesmo das mulheres para os homens. Quando elas dizem que nós somos bonitos, a mensagem realmente importante é: eu gosto de você, eu vejo beleza em você. Eu estou aqui com você há 10 anos, há um ano ou há seis meses e continuo interessada no que você diz e faz, naquilo que você é. Por isso, continuo achando você bonito.



Na vida real, a percepção da beleza é mais importante do que a beleza. E tem a ver com uma monte de coisas, inclusive a aparência. 
(Ivan Martins )
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI151489-15230,00-BELEZA+CANSA.html

2 comentários:

Cris Medeiros disse...

Realmente quando tu diz que a gente se parece, sempre que venho aqui constato isso... rs

Eu também dou uma mega valor à inteligência. A grande maioria dos homens que passaram pela minha vida eram feios e estranhos, mas bastante inteligente. A inteligência me cativa completamente.

Claro que se vier numa embalagem bonita é melhor...rsrs. Mas sabemos que os bonitos e inteligentes, geralmente não são tão interessantes como os feios inteligentes. Acho que o feio por não ter a aparência ao seu favor, ele investe 100% na mente.

Beijocas

Cesar disse...

Legal o texto, foi muito esclarecedor sobre o assunto beleza.