Aventure-se comigo...

Aventure-se comigo...

quarta-feira, 9 de março de 2011

VOU RASGAR MEU DIPLOMA E ABRIR UM PROSTÍBULO

Eu sou uma pessoa com a cabeça aberta para assuntos relacionados a sexo. Eu respeito a orientação sexual de todos, sou absolutamente contra preconceitos, não fico chocada com fetiches incomuns, não julgo nem recrimino - desde que a prática seja consensual, entre pessoas maiores de idade e  mentalmente capazes.

Mas daí a elogiar uma figura insignificante como a Bruna Surfistinha, que galgou a fama com um livro que sequer foi escrito por ela mesma (mas sim, por um ghost writer) e que acabou por resultar em um filme cuja única ressalva positiva é a atuação da atriz Deborah Seco... vai uma grande distância. 

Eu acho patético essa postura do brasileiro:  pessoas que se dedicam à pesquisa nas mais variadas áreas, que se dedicam à verdadeira arte que acrescenta conteúdo a quem a contempla, jamais conseguirão  espaço na mídia como essa garota de programa sem eira nem beira tem conseguido.
E se você critica, fica com fama de moralista. 

Nã se trata de moralismo, mas de valores. Meu tempo é precioso para perde-lo lendo a biografia de uma garota de programa que optou por essa vida em um momento de rebeldia adolescente de menina mimada.
É o próprio conto de fadas da gata borralheira, que se transforma em princesa, em mulher desejada por tantos homens, que enriquece às custas desses súditos idiotas, e ainda consegue encontrar um principe encantado que se apaixona por ela!!

Alô!! Vamos voltar ao planeta Terra? Que tal pensarmos no combate ao tráfico de pessoas que ocorre no Brasil e no mundo?? Essa prática alimenta redes de prostituição internacionais, como se pode ver no portal do Governo do estado de São Paulo (link ao final). O aliciamento de mulheres no Brasil, costuma se dar por meio de anúncios que prometem empregos e oportunidades no exterior. E milhares de mulheres brasileiras já caíram nessas redes de tráfico acreditando nas falsas promessas para, ao final, tranformarem-se em prisioneiras de redes de prostituição que lucram bilhões a cada ano. Mas essa realidade, infelizmente, não atrai mercado para venda de livros, de produtos vinculados ao assunto. No entanto, uma jovem mulher loira, que sai do conforto de sua casa espontaneamente, para ganhar dinheiro dando a "bacurinha" a quem se disponha a pagar... aí já tem mercado de sobra - haja vista a marca de mais de um  milhão de espectadores no pouco tempo que o filme está em cartaz.

Foi-se o tempo que os pais lutavam para proporcionar boas escolas aos filhos, para que eles pudessem estudar, cursarem uma faculdade e "serem alguém na vida".
Hoje, o sonho dos pais e que o filho seja jogador de futebol e a filha uma dançarina /modelo ou, pelo visto, a partir de agora, uma bem sucedida garota de programa. 
Quem sabe um dia haverá curso para se tornar uma prostituta bem sucedida.

Nada contra as prostitutas, eu não invejo a vida que elas levam, por melhor que seja a rentabilidade da profissão. Mas alçar uma garota de programa à condição de "artista/escritora"  bem sucedida, alguém que possa servir de modelo de pessoa bem sucedida é o fracasso total de nossa sociedade.

Melhor, então, rasgarmos nossos diplomas, trancar a matrícula de colégios e faculdades, interromper pesquisas e cancelar congressos, vamos todos nos aperfeiçoar na arte da sedução e do sexo  - seja no atendimento direto  ou na captação de clientes. Afinal, para a maioria, os meios justificam os fins.  E nada é mais  vaorizado nos dias de hoje do que uma gorda conta bancária.

Leia mais sobre o combate ao tráfico de seres humanos: 

3 comentários:

Cris Medeiros disse...

Você não deixa de ter razão no que diz. Não perderia meu tempo lendo a biografia dela. Mas o filme com certeza quero ver, porque aí já passa para a arte mesmo, atuação dos artistas e tal.

Eu conheci duas mulheres de perto que tiveram uma trajetória semelhante, não é algo para se invejar e nem para repudiar, cada uma tem sua história de vida. Realmente o perigo reside na idolatria dessa situação.

Enfim, só é mais um filme, daqui um ano ninguém mais lembra disso...ehehe

Beijocas

Ella disse...

Tirou as palavras da minha boca, sem tirar nem por. Está de parabéns !

Lola - a racional disse...

É a nossa Christiane F.?
Realmente, não é um exemplo de vida, mas se tornou parte da cultura pop, que graças a Deus, é curta...

Mas não rasgue seu diploma, sua história é sua! rsrsrsrsrs